terça-feira, 6 de julho de 2010

Fases da Vida: Descobertas de Oz.


A baby has brains, but it doesn't know much. Experience is the only thing that brings knowledge, and the longer you are on earth the more experience you are sure to get.
The Wonderful Wizard of Oz . L. F.Braum
Nascer, ser um bêbe, ser uma criança, ser um adolescente, ser um adulto jovem, um adulto velho, um idoso e... morrer. É essa uma das classificações mais comuns das tais fases que dividem nossa vida, mas sinceramente não curto nenhuma delas para explorar, considero geral demais para o que realmente rola na vida de alguém...

Acho que todos temos uma fase de descobertas que se repete por toda nossa vida e é ela que vou focar nesse texto. As primeiras descobertas envolvem o aprendizado básico: reconhecer pessoas, objetos, falar, andar... Descobrir qual nossa cor favorita, qual nossa comida favorita. Qual é a pessoa que podemos considerar melhor amiga. Um desenho animado legal, uma hq, uma música, um filme, um livro.

Enfim, acredito que essas fases de descobertas são as mais importantes e reflete bem como você mudou durante os anos.
It was Toto that made Dorothy laugh, and saved her from growing as gray as her other surroundings. Toto was not gray; he was a little black dog, with long silky hair and small black eyes that twinkled merrily on either side of his funny, wee nose.
The Wonderful Wizard of Oz . L. F.Braum
Lembro que um dos filmes que eu mais vi quando era pequena foi o musical Mágico de Oz. Fantasia, mistério, suspense, bruxas e muitas cores. Era apaixonada tanto pela estória quanto pelo visual. O filme marcou minha infância e foi uma das coisas que mais me estimulou a criar universos fantásticos, seja desenhando, escrevendo ou imaginando antes de dormir.

O modo como vi essa estória mudou conforme eu passava pelas tais fases tradicionais da vida. Na adolescência um amigo me emprestou o livro original do Mágico de Oz e pronto... Sim, não tem nada a ver com o filme, isso vocês já esperavam que eu falasse, certo? O que me surpreendeu não foi a maior quantidade de reinos no mundo de Oz e que a bruxa verde não é lá tão verde assim e nem ao menos é tão histericamente má. Isso eu já esperava. As pitadas de crítica social que me deixaram surpresa, não esperava piadas tão ácidas em um livro para crianças.
The Scarecrow listened carefully, and said, "I cannot understand why you should wish to leave this beautiful country and go back to the dry, gray place you call Kansas." "That is because you have no brains" answered the girl. "No matter how dreary and gray our homes are, we people of flesh and blood would rather live there than in any other country, be it ever so beautiful. There is no place like home."

The Scarecrow sighed ."Of course I cannot understand it," he said. "If your heads were stuffed with straw, like mine, you would probably all live in the beautiful places, and then Kansas would have no people at all. It is fortunate for Kansas that you have brains."
The Wonderful Wizard of Oz . L. F.Braum
Nessa “fase adolescente” eu descobri o que muita gente chama de “moda cult”. Viciei em filmes e livros que muitos viram a cara como o Clube da Luta e livros da Clarice Linspector. Coisas que um leitor desavisado taxaria como “de gente metida a cult”. Adorei ler e ver algo ficcional que me fazia refletir sobre meu lugar no mundo. Esse livro do Mágico de Oz encaixou exatamente nisso. O filme continuou me encantando pelo visual e pieguicices musicais, mas o livro ganhou minha maior admiração.

Há uns 6 meses (e anos depois de ter lido) estava procurando umas curiosidades sobre o livro e achei aquela teoria absurda do Pink Floyd ter feito o álbum Dark Side of The Moon sincronizado com o filme (VEJA os vídeos sincronizados aqui) . Bem, sempre odiei Pink Floyd por implicância infantil, ouvi pré adolescente um álbum e odiei. E, então... vi as tais partes do filme sincronizadas com as músicas do álbum e me encantei. Não apenas o filme ganhou todo um novo significado com aquela trilha sonora, como eu me identifiquei completamente com as músicas do álbum.

Não sei se todos sabem, mas as músicas desse álbum falam sobre ahm.. as fases da vida, bem pelo menos o que eu considero fases da vida. Uma em particular a Time – Tempo – refletiu o momento em que estava e estou vivendo desde o último ano de faculdade: "adulta jovem":
And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death

Time – Pink Floyd
Recém saída da faculdade, trabalhando como uma maluca, frustrada por não ter tempo para investir nos meus projetos pessoais e nem ao menos para dormir direito... Eu era o perfeito coelho da Alice, completamente sem tempo. Identifiquei-me com a música e tive que dar o braço a torcer e aceitar que Pink Floyd é muito bom.

Nessa mudança de “gosto” eu vi claramente como nossas descobertas variam com o nosso olhar, o qual, por sua vez, é completamente dependente do momento em que passamos na vida.

Bem, é isso que quis focar no tema da semana, essa minha visão de mera “adulta jovem” ansiosa para a próxima descoberta que vai me levar a outra Oz.

A quem aguentou a leitura até aqui, até a próxima semana, com menos verdices viajantes, prometo. Não se esqueça de deixar um recado nos posts falando sobre suas fases da vida ;P.

* Para saber mais sobre o Dark Side of The moon clique aqui ;P
* Mais sobre o universo de Oz clique em http://flyingbybubble.blogspot.com/

4 comentários:

Larissa disse...

Perfeito, estou até desmotivada a continuar o meu =p
Adorei como você colocou o livro nas fases da sua vida, me identifiquei porque acontece o mesmo comigo, mas no meu caso o livro é Alice no país das maravilhas.

Mandag Súlimo disse...

Belo post Mavors =)
Gostei muito da citação do Clube da Luta hehehe, amo aquele filme e fiquei com gostinho de quero mais.

Eu acho que não consegui me identificar tanto por não ter um livro especial assim na minha vida. O Hobbit foi o mais fantástico que já li e tem sua épica frase que eu concordo também, mas creio que não foi tão importante para mim quanto esse para você. Eu amaria falar da minha fase de RPG hehe, mas quis começar mais light, fica para um próximo tema que seja possível a abordagem.

Parabéns pelo post rico em citações hehe, gostei da music =p
Ahhh, tem que deixar um pouco o coelho pra lá e dormir mais rsrs, e nunca esqueça dos projetos pessoais.

Lud ^^ disse...

Eu ainda não sei pq depois de tanto tempo ainda me surpreendo quando você toca nesse filme e os assuntos que giram em torno dele, pq vc sempre se mostra tão empolgada e maravilhada.
=*

Schermak, Anna disse...

Nem sei o que comentar...
Fiquei meio sem palavras, creio realmente que as fases da vida são feitas como fases de descobertas